Metodologias de ensino ativas: Apologética inicial

    Numa fase em que a imaturidade impera, patrocinada e defendida pela superproteção operada não apenas pelos pais, mas - por via de um sistema de leis e estatutos, bem como de uma opinião pública cooptada por uma mídia enviesada - também perpetrada pela escola, o conteúdo destinado à aprendizagem no mais das vezes é visto como apenas mais um obstáculo a ser superado a fim de que sobre tempo para as atividades verdadeiramente interessantes dentro da instituição de ensino, quais sejam: bate-papos vazios, conversas que não instigam análise crítica, destravamento de relacionamentos amorosos, atualização das redes sociais, enfim, tudo o que seja estranho ao vulgarmente abordado nas disciplinas escolares.

     Considerando esses os interesses principais, por qual motivo um aluno médio de bom grado se disporia a apreender novo corpo de ferramentas teóricas sem que minimamente tenha noção acerca da utilidade de cada uma delas? Esta e outras razões me fazem olhar com bons olhos para as chamadas metodologias ativas pois apresentam um problema ao aluno, geralmente atraente por estar bastante próximo do cotidiano deste, para, por meio dele, desenvolver e formalizar o conteúdo relacionado. O ato do ensino é também um ato de empatia, pois exige que o professor se coloque no lugar do aluno, veja como o aluno vê, sinta o que aluno sente, queira o que o aluno quer, e pergunte a si mesmo: “Se eu estivesse no lugar dele, o que me faria interessar por essa matéria?”.

     Ao longos das próximas semanas farei uma análise detalhada de uma dessas metodologias conhecida como Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Sendo inicialmente proposta para cursos superiores, ao que indica a dificuldade de se encontrar relatos de experiência ou análises teóricas de procedimentos dessa espécie praticados na Educação Básica, parece que permaneceu naquele nível de ensino.

    O trabalho que servirá de base para a exposição será um artigo publicado em periódico científico, realizado em parceria com uma colega por ocasião de especialização no IFMG em Docência na Educação Básica, intitulado Conceitos de eletricidade trabalhados segundo a metodologia de aprendizagem baseada em problemas.