Biden x Trump: E a educação com isso?


 

Imagem retirada de <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54852762> em 08/11/2020


            As últimas semanas protagonizaram inúmeros debates nas redes sociais, análises e prognósticos nos meios midiáticos, e, seguramente, ardente expectação entre os seguidores mais engajados de ambos os lados que concorriam à eleição presidencial do país mais poderoso do planeta. Se bem que é verdade que o interesso do brasileiro pelo que ocorre em terras ianques se justifique pelo alto número de imigrantes compatriotas lá presentes, pelos investimentos que as empresas daquele país têm aqui, e pelas influências indiretas, no entanto pujantes, que os americanos exercem sobre todo o mundo, dessa vez o olhar do público brasileiro se voltou com maior interesse em razão de o certame eventualmente prefigurar uma desejada derrocada do atual mandatário nacional no pleito que há de vir em virtude dos laços pessoais e similaridades entre este e  Donald Trump.

            Nas mentes mais lunáticas, em palco americano travou-se uma disputa do bem contra o mal, entre um representante das ideias humanistas - as quais advogam o bem- estar das pessoas acima de tudo, a preservação da natureza mediante o uso parcimonioso de seus recursos como forma de assegurar um planeta habitável para as próximas gerações - contra a personificação dos desejos mais egoístas, individualistas, antipáticos e favoráveis à manutenção de uma moral ultrapassada que não é mais capaz de servir ao contentamento humano. Tratava-se, em suma, de um candidato progressista a opor-se a um conservador, como a imprensa os prefere tachar; ou, de modo mais sugestivo, a esquerda contra a direita – embora houvesse consenso de que o candidato, que se supunha canhoto, afeiçoava-se mais ao centro.

            De minha parte, posso dizer que não me deslumbro com discursos que provenham de qualquer dos dois extremos político-ideológicos. Tendo a seguir o conselho bíblico de não me declinar para a esquerda nem para a direita, assim procedendo de modo a retirar os meus pés do mal (Provérbios 4:27).

            Com efeito, os discursos progressistas têm por prática precípua focalizar todas a atenções no ser humano, nas boas qualidades que supostamente seriam inerentes a cada um de nós: amor ao próximo, tolerância, aceitação irrestrita da diversidade, compaixão, empatia, e, em consequência, a diligência no trato com a vida em todas as suas manifestações. Aos olhos incautos, são ideias e ações dignas de louvor, de replicação, um modelo a ser seguido por todos a fim de que um dia haja paz, união e felicidade plena no mundo – ledo engano. Os que apregoam tais ideias rejeitam com toda a veemência a Deus, o criador de todas as coisas, colocando o ser humano em seu lugar como alvo de adoração. Deliberadamente agravando seus ouvidos para o que anunciaram os profetas antigos, os apóstolos e mesmo o Senhor Jesus, recusam-se a aceitar que, desde o pecado inicial, o homem, em sua constante luta contra Deus e tudo o que Ele representa, tem se corrompido, depravado, se atolado cada vez mais no poço da imundície moral, de tal forma que, de si próprio, se tornou incapaz de fazer o que realmente é bom.

            De outro lado, ainda que as ideias mais à direita em certa medida contrabalancem e freiem a rápida degeneração humana induzida pelo ativismo progressista por se ancorarem a costumes e hábitos que não acompanham a volatilidade dos desejos humanos, a perversidade intrínseca a nós se manifesta de uma ou outra forma nas falas e ações. Ninguém poderá verdadeiramente fazer o bem se não estiver em Jesus, e Jesus, nele. (João 15:5).

            Em meio aos embates entre os adeptos de um e outro extremo político-ideológico, encontra-se a escola. Enquanto espaço onde há relativa autonomia para a exposição de ideias e abordagem de conceitos, seus participantes devem com toda a força repugnar a aceitação irrefletida do que a sociedade impõe como bom senso; pois se o alastrar do mal é inevitável, tampouco o é irrefreável. Cabe aos profissionais da educação a decisão de incorporar de imediato ou não as demandas das secretarias de educação, tão vulneráveis às influências progressistas, como exemplificam a instituição da promoção imerecida, a manutenção dos portões das escolas abertos durante todo o expediente para a recepção dos alunos nos horários que melhor lhes aprouver, o acolhimento dos alunos no interior de salas de aula independente dos trajes que os revestem – se é que revestem – e a diminuição da autoridade do professor e consequente empoderamento dos alunos no interior das classes, tolhendo aquele de adequadamente articular os trabalhos, em nome de uma suposta implantação do espírito democrático. Enfim, resignar não é opção quando o resistir confere sentido à vida – e ao trabalho.

 

           

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